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ARITGO 28 - BLOQUEAR EX NAS REDES SOCIAIS É SINAL DE MATURIDADE

O Relacionamento acabou. Bloquear ou não Bloquear o ex?

Você já passou algum perrengue depois de terminar um relacionamento por causa das redes sociais?

Essa é uma queixa muito comum que aparece tanto no consultório, nos atendimento clínicos como psicólogo, como na Comunidade Furlaneto, com pessoas que buscam criar relacionamentos saudáveis através de desenvolvimento pessoal. Conflitos advindos de mensagens, fotos e conteúdos nas redes sociais.

E não é para menos. Nada mais natural ter problemas com o manejo do celular no que se refere à relação. A verdade é que hoje o celular se faz uma extensão da sua vida.

Seja para trabalho, comunicação com amigos, entretenimento, informações, estudo ou namoro, de uma forma ou de outra a telinha em mãos é uma facilitadora.

Porém, essa tela facilitadora pode se tornar um grande problema se não for bem utilizada e administrada.

Então vamos lá!

É melhor bloquear a pessoa ou não bloquear após um término de relacionamento?

E a resposta é exatamente aquela que você adora: depende!

Mas fique tranquilo. Aqui não vai ser uma resposta evasiva para ficar em cima do muro sobre essa questão, pelo contrário, vou te mostrar possibilidades em relação ao bloqueio.

Inicialmente é importante que você analise como se deu o ciclo final do relacionamento seguido do término, por exemplo:

Se você estava em uma relação tóxica ou abusiva, que se fundava em desrespeito, alienação, mentiras, grosseiras e até mesmo agressões, não faz sentido manter algum contato com a pessoa.

Já se fez nítido no próprio convívio de vocês que vocês não se gostam. Dito isso, por que tentar forçar a barra para conversar com alguém que você não bate mais em vibração, e somado a uma história pesada e negativa? Isso não é sinal de maturidade, pelo contrário.

É uma irresponsabilidade enorme tanto com você como com a outra pessoa favorecer uma porta aberta para gerar ainda mais caos.

Agora vamos à outro exemplo:

Vocês estavam em um relacionamento. Se respeitavam e tudo caminhava bem. Apenas o fogo do amor íntimo foi se apagando. Vocês foram se tornando pessoas diferentes, com interesses diferentes, se distanciando cada vez mais.

Esse distanciamento levou ao inevitável, a separação. Um afastamento tranquilo, com uma boa conversa e acertos justos para ambas as partes após um longo período vivendo e investindo juntos na vida.

Percebe como em um cenário assim fica muito mais coerente manter a possibilidade do contato? Não há mal entre as partes, apenas deixaram de ser e querer o que buscavam da mesma maneira de quando se conheceram.

Sendo da escolha de ambos, para que bloquear? Não é necessário (mas mesmo assim possível).

No dia de amanhã, você pode conhecer alguém que se apaixone por você, e posteriormente, comece a te amar. Você terá que colocar essa pessoa com prioridade na sua vida. 

Para manter uma pessoa de um ex relacionamento em contato é preciso passar segurança sobre sua história realmente encerrada, de verdade, sem lances de flashback de zona de conforto, que comumente acontecem em inúmeros casais.

E mesmo assim, nem sempre seu novo parceiro vai se sentir à vontade com essa situação. Envolve ‘n’ fatores, que precisam ser abordados com clareza, e talvez vale a pena deixar aquela pessoa tocar a própria vida e focar na sua.

Percebe que não há como dizer se é certo ou errado? Posso continuar te trazendo vários exemplos, e sempre existirá um outro possível para descrever.

Eu atendo uma mulher, casada há dez anos, com uma filha nova desse casamento. O esposo tem um outro filho advindo da relação anterior.

Este esposo tem bom contato com a mãe desse filho, e adivinha? A minha paciente também tem. Eles participam de eventos juntos, na mesma casa, com alegria e respeito. Sem cutucadas, cada um com a sua família atual focando no aqui-e-agora.

Mas, eu também atendo um cliente, homem, que foi casado durante nove anos. Se separou, acertando legalmente tudo de forma justa e equilibrada acima daquilo que construíram. Não se bloquearam, e esse homem conseguia ver o filho com frequência, passando vários períodos juntos.

Porém, quando ele conheceu uma nova mulher, se apaixonando e ficando entusiasmado para recomeçar a vida íntima e possivelmente constituir uma nova família, tudo mudou.

A ex-mulher começou a agir que nem uma louca, manipulando o paciente através do filho. Evitando que ele pudesse pegá-lo em algumas ocasiões, na tentativa de puni-lo por estar conhecendo alguém.

Os contatos que antes eram amistosos se tornaram brigas frequentes, atrapalhando o próprio desenvolvimento da criança, bem como a nova relação do paciente. 

Nesse caso o paciente procurou novamente o advogado até entrar no desconforto de parar em frente a um juiz para deixar alinhado os dias e horários acordados por lei que ele iria pegar a criança.

Feito isso, o paciente bloqueou a ex-mulher de todas as redes sociais, deixando apenas o número de celular liberado para que pudesse ligar referente a assuntos do filho.

Caso fosse novamente invasiva prejudicando o bem-estar do paciente, poderia perder a guarda da criança e o homem, como bem conheço, não iria hesitar. 

E o mais comum de ser visto hoje em dia?

Namorinho relâmpago, de algumas semanas ou alguns meses. Você acha que está extremamente apaixonado, ama, vai ter filhos e viajar pelo mundo.

Depois de alguns meses, conhece um pouco melhor o outro. Percebe que não é aquilo que você queria. Se frustra, deprime, fica ansioso, com crises de ansiedade.

Termina e fica semanas, meses, vigiando a pessoa nas redes sociais que nem um espião, ou pior, não vigiando mas fazendo questão de mostrar indiretas para o outro.

O nome disso é doença. Uma doença tem que ser diagnosticada e tratada.

E aqui é necessário o bloqueio.

Sabe por que isso é uma doença? Porque doença é ausência de saúde, simples assim.

Você como um adulto, se permitir através de estímulos nas redes sociais, por escolher não bloquear esse estímulos que se referem à pessoa ou vem da própria pessoa, está se colocando em profundo desequilíbrio emocional. E para quê?

Será que é pela busca da maturidade real em lidar com a situação, ou lá no fundo, e talvez nem tão fundo assim, é só a sua expectativa de conseguir reatar com essa pessoa, ou de mudar as coisas do que foram antes?

Nesse caminho você precisa estar muito atento ao que nós psicólogos chamamos de racionalização.

A racionalização é um processo mental no qual o indivíduo busca tornar aceitável e racional uma determinada ação, ideia, sentimentos. A racionalização, como mecanismo de defesa, tem a finalidade de proteção da psique e a supressão do conteúdo considerado perigoso.

O seu cérebro é extremamente funcional e adaptativo. Se para você, perder a pessoa (seu objeto de amor) for gerar um sofrimento imensurável, será considerado como um conteúdo perigoso que precisa ser suprido para o seu próprio ‘bem’.

Para que você entenda realmente o que é certo ou errado, precisa pensar com a sua própria cabeça. 

Para pensar com a sua própria cabeça é preciso que você realize descrições fenomenológicas.

A descrição fenomenológica baseia-se em um método que busca entender a vivência dos pacientes no mundo em que vivem, além de compreender como esses pacientes percebem o mundo a sua volta.

Você vai investigar o que acontece, e principalmente, quais resultados você tem com esses eventos de conflitos, crises, términos ou afastamentos.

Por exemplo:

Você terminou com o seu namorado. E você não quer bloquear. Na prática, no aqui-e-agora, quais resultados esse não bloqueio está gerando para a sua vida?

São positivos? Favorecem com que você siga em frente?

Não. Então nesse caso você está sendo imatura de não fazer o que é preciso para criar um campo favorável para elaborar seu luto e retomar as rédeas da sua própria vida.

O campo psicológico é o espaço que contém a pessoa e seu ambiente psicológico. Onde o Comportamento é a função da relação e interação entre a pessoa e seu meio ambiente. A teoria de campo explica por que um mesmo objeto pode ser interpretado de formas diferentes por indivíduos diferentes.

Outro exemplo:

Você terminou com o seu namorado. Não bloqueou em nada. E ao descrever os fenômenos da sua vida após o término, percebe que tudo está indo bem na medida do possível, e saber que vocês têm um contato respeitoso apesar de tudo, facilita você seguir em frente.

Perfeito. Você está agindo com maturidade, reforçando aquilo que funciona. É seu dever fazer o que é preciso para ficar bem.

Não, isso não é egoísmo.

Normalmente quem fala que cuidar de si é um ato egoísta tem uma vida repleta de resultados negativos, vinculados a níveis de dependência não saudável com familiares e outras pessoas.

Você não está passando por cima de ninguém. Fazendo mal para ninguém. Desrespeitando ninguém. Usando ninguém para suprir apenas o seu próprio ego.

Quando se refere a expressão ‘ex’, estamos falando de um ciclo que já terminou na sua vida e não te deve mais nada.

A maior parte da confusão é gerada por fantasiar o clássico ‘relacionamento ioiô’ da atualidade. Pessoas que se tratam com total liquidez, sem valor algum, e usam o término como moeda de apelo para tentar manipular o outro à se submeter aos seus próprios caprichos.

Não estou falando sobre esse tipo de relação. E casa você esteja inserido nisso, você precisa de ajuda, pois é um comportamento que irá gerar de um jeito ou de outro um relacionamento tóxico.

Se permita ter comportamentos adultos, sendo um adulto.

Respeite a sua criança interior, mas para essas questões é a sua versão adulta que tem que resolver.

Para você que quer uma ajuda nessa questão de construir um bom relacionamento através do seu próprio desenvolvimento pessoal, com mais harmonia e maturidade, recomendo que assista ao Curso: 9 Pilares para Construir um Relacionamento Saudável.

O conteúdo é extraído da minha experiência clínica como psicólogo, atuando desde 2008, tendo atendido até então 340 casos de relacionamentos que se encontravam em estado abusivo ou tóxico. Observado o padrão daqueles que obtiveram sucesso na construção de uma relação saudável, criei esse curso em um formato objetivo, sem enrolação, didático e com as aulas em vídeo para você trabalhar o seu próprio relacionamento, do conforto da sua casa.

01 - O que um psicólogo faz?

Julio Furlaneto

Psicólogo
CRP 14/05550-0