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Amor-próprio amor próprio

Dedicando-se a fazer o melhor possível, na prática, através de si, dentro das suas possibilidades com o meio e também para si próprio.

Dedicando-se a fazer o melhor possível, na prática, através de si, dentro das suas possibilidades com o meio, e também para si próprio.

Amor-próprio é o apreço nutrido por si mesmo. É a aceitação das qualidades, defeitos, conquistas, fracassos, escolhas e experiências de vida em sua plenitude. Quem se ama compreende que é imperfeito e pode errar, além de estar disposto a melhorar sem interferência do orgulho.

Perceba que a descrição acima não retrata um tom de passividade sobre quem você é, pelo contrário, traz um chamado de autorresponsabilidade, em ter consciência de si próprio, e através da aceitação dessa autopercepção, esboçar movimentos coerentes para toda e qualquer melhoria, amadurecimento, evolução na sua vida etc.

Para Frankl a inquietação primária de um ser humano não é prazer, felicidade, sucesso, poder ou reconhecimento, mas primariamente a vontade de assumir e realizar um sentido em sua vida. Ele destaca que “A verdade é que o amor é a meta última e mais alta a que pode aspirar o ser humano” (Frankl, 2019).

Na visão de Erich Fromm o que é o amor? Ele responde sucintamente que o amor é uma arte (amor fraterno, materno, erótico, amor-próprio, amor a Deus). O amor não é acidental, efeito do acaso, o amor é uma ação, uma posição prática, um ato da vontade. Bezerra (2020) afirma que para Erich Fromm o amor:

É sim algo que, na qualidade de arte, exige conhecimento e esforço. E como toda arte para ser vivida precisa ser aprendida – como na música, pintura, marcenaria, artes da medicina ou da engenharia – tal não poderia ser diferente com a atividade de amar, o que envolve, portanto, dois domínios que devem estar interpenetrados: o da teoria e o da prática.

Conforme entende Fromm as características básicas de todas as maneiras de amor são desvelo (dedicação), responsabilidade, respeito e conhecimento. Assim, as características de desvelo e responsabilidade evidenciam que o amor é uma ação e não uma paixão que domine o ser humano, nem tão pouco uma afeição onde a pessoa é “contaminada”.

A responsabilidade, segundo o autor, é uma resposta de um clamor que é ouvido, sendo a palavra responsabilidade da mesma raiz etimológica de resposta, ou seja, respondere (responder) – ser responsável é encontrar-se pronto a dar resposta (responder).

Observe que, ao falar de amor, sendo esse o amor-próprio ou até mesmo o amor ao outro ou à algo, não se trata de pensamentos abstratos e emoções fantasiosas?

Essas referências que destaquei acima são de algumas das maiores mentes que já passaram nesse mundo e contribuíram com o avanço da psicologia.

Erich Fromm foi um psicanalista, filósofo humanista e sociólogo alemão.Viktor Frankl foi um neuropsiquiatra e fundador da terceira escola vienense de psicoterapia, a Logoterapia e Análise Existencial.

Resumindo, ao se tratar de amor-próprio (ou de qualquer tipo) são destacadas as seguintes questões:
– responsabilidade;
– respeito;
– conhecimento;
– dedicação;
– vontade de realizar um sentido para a vida;
– responder ao chamado da vida.

Normalmente, quando uma pessoa me procura para atendimento psicológico com a queixa da ausência de amor-próprio, essa pessoa se encontra com a consciência totalmente contaminada de pensamento desorganizados, vazios em sentido, emoções confusas, com planos de ações (atitudes do dia a dia) sem nenhum sentido significativo, como se olhasse a vida como algo a sobreviver, sem nem saber o porquê, esperando que um motivo mágico externo apareça e desperte uma luz.

Nesse formato é um labirinto sem saída.

Conforme aumentamos a nossa consciência de autorresponsabilidade, autoconfiança e autocompreensão, entendemos que estamos construindo o nosso próprio mundo, ou a nossa verdade. A vida que vivemos torna-se mais suportável, porque a verdade só pode ser tolerada se descoberta por conta própria.

Conforme aprendemos a assumir a responsabilidade por nossas experiências, afirmou Perls, desenvolvemos indivíduos autênticos, livres da influência da sociedade. Experimentamos também uma sensação de poder ao perceber que não estamos à mercê de coisas que “simplesmente acontecem”.

Qualquer sentimento de vitimização esfarela-se quando entendemos que aquilo que aceitamos para nossas vidas – o que escolhemos ver e experimentar – é uma opção; não somos impotentes. Junto com a responsabilidade pessoal, vem a obrigação de não vivenciar eventos, relacionamentos ou circunstâncias erradas para o nosso “eu” autêntico.

Friederich Salomon Perls, mais conhecido como Fritz Perls foi um psicoterapeuta e psiquiatra de origem judaica que, junto com sua esposa Laura Perls, desenvolveu uma abordagem de psicoterapia que chamou de Gestalt-terapia.

Posso destacar pontuações sobre várias vertentes da psicologia falando sobre o amor-próprio, direta ou indiretamente, e todas chegarão no mesmo ponto, mesmo com enfoques e linguagens diferentes, o Ser. Ser alguém de verdade. Fazer algo real através do sentido que é Ser você mesmo.

O amor-próprio é uma consequência natural daqueles que se dispõem a viver com sabedoria, integridade e devoção às próprias possibilidades reais dadas em sua vida. Não é um produto final almejado com atalhos ou truques que, quando alcançado, estará tudo perfeitamente tranquilo sem nenhum conflito ou sentimento ruim. O nome disso é fantasia – pensamento mágico.

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01 - O que um psicólogo faz?

Julio Furlaneto

Psicólogo
CRP 14/05550-0