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afinidade relacionamento

A paixão cria a possibilidade do encontro. O amor une os dois através desse contato, mas é a afinidade que mantém o relacionamento em longo prazo.

A ultravalorização do sentimento, caminhando de mãos dadas com a dramatização excessiva, não sustenta um relacionamento saudável, inteligente e duradouro.

Atuando como psicólogo há mais de dez anos é um relato comum que recebo ao atender adultos falando sobre os seus relacionamentos ou até mesmo casais:

“Mas eu amo ele(a)”.

O amor é incapaz de sustentar sozinho a união de um casal. Não porque ele não tenha valor. É claro que tem. É provável que seja a definição de maior valor existente que podemos sentir por outra pessoa.

O amor é incapaz de sustentar o relacionamento sozinho porque os seres humanos são complexos. Vivemos vários sistemas interligados com as necessidades mais derivadas e intensas advindas do nosso corpo biológico e também da nossa consciência.

Quando se entra em contato com outra pessoa no nível de intimidade de um relacionamento amoroso, todo o seu paradigma, percepção de vida e de mundo são colocados em cheque. Você enfrenta cada vez mais sem censura o que realmente pensa e sente sobre todas as coisas através desse contato. Nesse percurso, terá que lidar com a sua própria sombra.

Para lidar com essa realidade, mantendo o equilíbrio, a afinidade se faz uma aliada. Mais que isso. Uma ferramenta necessária.

Claro que, também não de forma isolada.

Já falei em outras ocasiões, por exemplo, dos 9 Pilares para Construir um Relacionamento Saudável. Recomendo que leia o artigo sobre esse tema, clicando aqui.

Continuando com a afinidade, você pode pensar sobre ela considerando todas as coisas que um casal vive na realidade do dia a dia.

Óbvio que seria uma ilusão muito grande imaginar que você realmente vai ter afinidade em tudo com quem você ama. Provavelmente não terá.

Mas é importante destacar que, se faz fundamental ter afinidade em questões primárias de uma relação humana, tal como o caráter.

O caráter é o conjunto de características do indivíduo que formam a sua moralidade. É a composição mental que faz com que ele reaja de determinada forma aos eventos, mostrando como atuará em todas as circunstâncias.

Na psicologia, o caráter é definido como parte da personalidade, sendo um aspecto único de como cada um vai agir.

A coerência de atitudes, firmeza de escolhas e respeito ao próximo indicam alguém de bom caráter, moldando positivamente essa personalidade. Entretanto, se o mesmo se adapta negativamente às condições familiares, ambientais e íntimas, vai na contramão social.

Você acha mesmo que, sendo uma pessoa séria, encontrará felicidade vivendo todos os dias com alguém que não é?

Que sendo idônea, encontrará alegria convivendo todos os dias no mais íntimo com uma pessoa mentirosa?

Que sendo confiável sobre a verdade, conseguirá ser feliz com alguém que não se expressa verdadeiramente e apenas representa?

Que sendo uma pessoa gentil e prestativa, conseguirá ser feliz vivendo todos os dias no mais íntimo com alguém egocêntrico e intolerante?

A afinidade de caráter é básica, e necessária.

Essa afinidade faz com que vocês criem uma história. Uma boa história, com bons frutos lhes dá força. Gera solidez.

Tendo esse alinhamento básico de caráter te convido a pensar em mais um ponto fundamental.

Quando um casal se une, também são necessárias afinidades de projetos de vida. Pense como projeto de vida questões simples da nossa existência:

  • Ter filhos ou não ter?
  • Morar em uma casa com quais características?
  • Como fazer o uso do dinheiro para a segurança da família?
  • Organização e cuidados com os ambientes que convivem?
  • Como encontrarão lazer e entretenimento?
  • Como prefere utilizar o tempo livre? E juntos?

Esses projetos de vida alinhados garantem a continuidade do relacionamento. Você dorme e acorda no outro dia tendo ambas as partes envolvidas em vários projetos que os realizam como indivíduos e como união.

E sobre todas as outras afinidades? As mais simples.

Vocês gostam de praticar atividade física?

Gostam de alimentos parecidos?

Filmes, músicas, atividades profissionais?

Animais de estimação, dormir em contato ou não, como a própria satisfação da vida na cama (intimamente falando)?

Perceba que mesmo sendo afinidades “menores”, ainda sim podem ser de grande valia e tornar o convívio no relacionamento mais leve, agradável ou melhor, prazeroso.

Descrevi afinidades “menores” com aspas, pois não são realmente pequenas. Só precisam que as anteriores, principalmente o que se refere ao caráter venha antes, como base principal.

É preciso humildade para se avaliar, refletir e aprender. Sair do pedestal, da sensação ilusória de que se sabe tudo sobre si mesmo e do outro. Esse delírio limita a nossa capacidade de aprender e continuar evoluindo para vivermos realmente bem.

Para você que está nesse processo de evolução tenho um convite. A Academia de Relacionamentos é o espaço onde te ajudo nessa caminhada.

01 - O que um psicólogo faz?

Julio Furlaneto

Psicólogo
CRP 14/05550-0